Postagens populares

sábado, 5 de março de 2011

MANSAGEM DE KADATH

O som do vento acariciando a copa das árvores em uma dança sensual e hipnotizante. O sabor delicioso e embriagante do vinho. O beijo ardente, faminto e apaixonado, roubado quando menos se espera. Atos fúteis que talvez realizemos, enquanto o guardião do esquecimento e morte nos observa com a ampulheta do tempo eterno que nunca finda.
Em um mundo paralelo a este, onde todas as categorias de espíritos convivem, está os antigos de minha raça, seres que há muitos séculos perambulam entre esse mundo material e o imaterial, criando em uma sucessão de retornos uma egrégora. Entre esses retornos, essas idas e vindas da alma que são perpetradas por guardiões que cuidam para que a lei do esquecimento seja mantida. Cada irmão noturno que retorna em um corpo físico é bombardeado com sucessões de acontecimentos que farão com que aos poucos esqueça sua natureza vampirica, seu “eu noturno”. Nesse embate alguns poucos irmãos despertam. Esse despertar muitas vezes é acompanhado de um vazio e uma ânsia de liberdade que não conseguimos explicar. Esse vazio muitas vezes é preenchido pela magia, pois nossa raça possui dons latentes poderosíssimos. Como somos filhos da noite e da escuridão é daí que advém nossos dons: da noite, da lua, das estrelas e do plasma sanguíneo que é nossa maior maldição. Os irmãos mais novos e com menos conhecimento bebem do líquido “in natura”, os mais sábios e antigos conseguem, com os olhos, transmutar a energia e bebe-la astralmente. No primeiro caso ficamos sujeitos as doenças do corpo perseguições e neuroses, pois o poder do líquido “in natura” é potente demais e difícil de controlar. No caso da transmutação perdemos grande parte desse poder energético e o ato precisa de constantes repetições.
Alguns temem e reprimem seu lado mal, mas esse temor é parte do descobrimento de sua natureza que é dual. O verdadeiro vampirismo está além das dualidades humanas.
Regamos o prazer, o desejo o não-pecado: o uso da totalidade que nos cerca sem pesos na nossa consciência, sem culpas ou dogmas religiosos sectários e destruidores da liberdade.
A sombra, meus caros irmãos, é à base da luz e um não existe sem o outro.
Nas sombras não desejamos possuir a luz, mas apenas existir.

Nenhum comentário: